quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Ciência e Razão

No primeiro capítulo da Grande Síntese, Ubaldi trata de delinear considerações sobre o caminho equivocado que nossa ciência moderna tomou, e dos limites que o mental concreto possui para uma compreensão mais profunda dos fenômenos.

Ciência

Primeiramente deixa claro que a obra se destina a homens de ciência, aqueles que normalmente não aceitam as religiões vigentes, não se agradam do vocabulário religioso. Evidente que a obra, escrita não por Ubaldi, mas tendo ele como canal, é de uma sabedoria super-humana. No decorrer da leitura, isto fica evidenciado.

Para este nível de super consciência, não há a separação que normalmente fazemos entre ciência, filosofia e religião. É um nível de entendimento que abarca cada uma, unindo-as de forma equilibrada. Este será o futuro do entendimento humano. A Grande Síntese tem este novo formato, ou seja, sabedoria (ciência+filosofia+religião). Entretanto, o vocabulário é científico-filosófico a fim de atrair o tipo de mente avesso a religião.

Diz Ubaldi, que a ciência enveredou-se por um caminho que ressecou a alma humana, desvirtuou o homem, afastou-o de Deus. Acabou por formar um mundo cheio de máquinas e conforto, mas infelizmente a ciência atual não faz o homem evoluir como um ser divino. Este deve ser o principal objetivo da ciência. A nova ciência, deve ser a ciência do espírito, profunda, e não a ciência da matéria, superficial.

O verdadeiro cientista deve ser também um homem religioso, pois tudo é divino. Ele deve amar profundamente, pois a natureza só abrirá seus mais recôndidos mistérios para aqueles que se iluminarem.

Razão

A razão é um instrumento do homem, não o homem em si. Serve ela para viver o dia-a-dia. Não é o instrumento adequado para tratar das questões mais profundas, da essência das coisas. É preciso desenvolver então, nos diz Ubaldi, um outro sentido mais profundo: a intuição.

Autoridade

Outro aspecto que se apresenta claramente já nas primeiras linhas, é a autoridade com que overdadeiro autor demonstra, indicando inclusive que não pretende se alinhar a ciência e filosofia de nossa humanidade, e que as referências serão tão somente para facilitar o entendimento dos leitores. Esta autoridade se apresenta pelos conceitos apresentados, pela amplitudee e profundidade dos mesmos, também pela antecipação a grandes descobertas da ciência que se evidencia nos capítulos futuros.

Deus é Tudo

Todos os fenômenos químicos, físicos, sociais, etc, é vida regida pelo princípio espiritual. Este entendimento é um dos pontos mais importante da obra, Deus é tudo, imanente e transcendente. Estamos todos mergulhados no Criador, somos parte dele, Ele é a própria Lei que rege o Cosmos, é o próprio Cosmos. Podemos neste ponto nos reportarmos a primeira Lei Hermética, que diz: Tudo é Mente. Este princípio indica que tudo o que existe é consciência, mente (neste caso indicando espírito), todo o Universo conhecido e desconhecido é pensado por Deus.

Razão e Intuição

Razão e Intuição

Segundo Ubaldi, a razão é um instrumento de superfície, para o dia-a-dia, e que para que o homem possa atingir o âmago dos fenômenos, deverá desenvolver a capacidade da intuição. No futuro usaremos esta ao invés daquela. Apenas com o desenvolvimento da capacidade intuitiva, o homem de ciência poderá atingir a essência das coisas.

Conhece-te a ti mesmo

Diz Ubaldi: "Só entre semelhantes é possível a comunicação: para compreender o mistério que existe nas coisas, deveis saber descer no mistério que está em vós". Eis claramente a máxima da antiguidade:

"conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo".

Apenas aos mestres de sabedoria, todos os mistérios da natureza se abrirão. Apenas estes caminharão sobre águas, acalmarão tempestades, corrigirão falhas em diamantes e domarão lobos. Pois as forças da natureza se rendem aos seus pés puros. Pois:

"conhecereis a verdade e ela vos libertará"

Maravilhosa fusão consciencial

Ubaldi nos fala em consciência latente e consciência clara, objetiva. E que no processo evolutivo, estamos fundindo estas duas consciências. No esoterismo é frequente o termo Eu Superior ouEgo (maiúsculo). O Eu Superior é nossa contraparte superior, nosso eu verdadeiro, que controla nossa personalidade, mas dela se acha separado. Em Teosofia, na constituição setenária, fala-se em personalidade e individualidade. A personalidade seria a parte que reencarna, ou seja, os quatro corpos inferiores, a saber: físico-etérico, prânico-energético, astral-emocional e mental concreto (kama-manas, o corpo dos desejos). A individualidade será os três corpos superiores, ou seja, o mental puro (manas), o intuicional (búdico) e espiritual (átmico).

O processo intuitivo significa fazer um link direto com esta consciência divina, uma espécie de comunicação com nosso verdadeiro Eu, que tudo sabe, pois é Deus em nós. Muitos utilizam o termo intuição designando a comunicação entre duas consciências, geralmente uma física e outra astral. Desta forma falam "recebi uma intuição". No entando este fenômeno trata mais exatamente do recebimento de uma energia mental (com informação) externa, que é possível pela afinidade entre as duas consciências. A intuição propriamente dita, em minha opinião, seria algo interior e individual, algo entre o (mental concreto + astral-emocional) e o búdico.

O processo evolutivo, esta maravilhosa fusão, simbolicamente é representado pelo avental do Maçom. O avental do aprendiz é semelhante a constituição setenária do profano, que evidencia a separação entre as duas consciências. Em baixo o retângulo (personalidade) e em cima a tríade (triângulo) individualidade. No grau de companheiro e mestre, o triângulo está dobrado sobre o retângulo, ou seja, o Eu Superior está unificado a personalidade, portanto comanda-a. Assim sendo, o símbolo Mestre Maçom representa aquele que já venceu a matéria ou os aspectos inferiores da vida, e pode dizer junto a Paulo de Tarso:

"Não sou mais eu quem vive, mas é o Cristo que vive em mim".

Paz e Bem